
Fazer
um “Flash Mob” é unir uma porção de gente
inútil para coçar o saco em conjunto.
Esta modinha veio dos EUA e os estudiosos da
modernidade (fiscais da natureza com vários diplomas na parede)
dizem que ela é o reflexo prático da popularização
da alta tecnologia da internet e telecomunicações no mundo
globalizado.
Mas os verdadeiros inventores dessa mania são
os brasileiros com a nossa famosa criatividade inútil tupiniquim.
Só que esquecemos de patentear e botar um nome fashion.
Vejamos alguns exemplos:
|
Fila
do INPS
O
primeiro Flash Mob nacional começou no século passado
e, por incrível que pareça, não terminou até
agora.
Os jovens que se reuniram nos idos de 1930 através de telégrafos
e código morse envelheceram esperando na fila. Hoje conversam
sobre espinhela caída e bico de papagaio usando torpedos e ICQ.
|
Hospital
público
Essa é uma mobilização que objetiva
uma imobilização. Seja um gesso ou pelo menos uma tala
improvisada, todos estão lá para conseguir alguma coisa.
Infelizmente a maior parte só leva para casa uma infecção
hospitalar.
Alguns
poucos tiram a grande sorte e se divertem para valer. São os
felizardos que chegam no hospital com dor de ouvido e saem com uma vasectomia
feita.
|
Praia
no domingo
O Flash Mob mais popular do país. Une
gente de todas as raças, credos, classes sociais e tamanhos de
bunda.
Por ser o maior,
é também a mobilização com a organização
mais complexa. Afinal, você sempre tem que definir com antecedência
quem vem de ônibus, quem vai fazer o arrastão, quem vai
trazer a galinha, quem vai fazer a farofa e quantos velhinhos jogando
vôlei com a mão espalmada são suficientes para fechar
a de fora.
|
Fila
de banco
Flash Mob bancário é o único que
ocorre em duas fases bem distintas.
A primeira metade é aquela coisa de sempre:
juntar o pessoal para ficar lá fazendo aquela cara de chateado
na fila.
A segunda parte
é mais difícil, pois é preciso decidir quem vai
fazer o papel da velhinha que reclama da demora no atendimento (“Isso
é um absurdo!”) e quantos vão acompanhar a senhora
resmungando de forma padrão (“Assim não dá”,
“É por causa disso que eu vou mudar de banco” e “Onde
está o gerente?”).
|
Rapa
nos camelôs
Esse é
o Flash Mob mais rápido e inusitado de todos. Não adianta
os camelôs perderem tempo escolhendo muito porque a diversão
da polícia é ser imprevisível.
Pode
ser rasteira, cacetada nas costelas, spray de pimenta nos olhos, fio
terra, cascudo, pescotapa, fura-olho, chute no saco, rala coco...
Não importa a origem do hematoma. A qualquer
hora do dia e em qualquer lugar, o rapa é sempre uma festa popular.
|
Arquivo da seção: Destaques
Envie este artigo para um amigo: |
|
|