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Rock and Roll chega aos cinqüenta mais esclerosado que o Ozzy Osborne. Nascido em 1954 pelas mãos de Elvis Presley e esparramado nas coxas de uma porção de mocinhas histéricas, a atitude roqueira fundou a juventude transviada (e a heterossexual também) que chocou os velhacos com suas músicas loucas, sexo animal e cigarros esquisitos.
Hoje
o Rock and Roll está na moda outra vez, assim como o Elvis Presley,
o sexo animal e os cigarros esquisitos. Felizmente pouco mudou com o passar
do tempo. Um legítimo ídolo roqueiro continua sendo feito
de uma mistura de ego com não mais do que três acordes e
uma porção de mocinhas histéricas de coxas úmidas.
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Esse é o grande lema do Rock and Roll e deve ser seguido
exatamente nessa ordem. Qualquer um que almeja ser um grande astro da rebeldia
sabe que a música é o que menos importa. Como já nos
ensinou o evangélico Garotinho, cultuar algum tipo de droga e fazer
sexo com criaturas bizarras é o caminho mais rápido para o
estrelato.
Mas não
se iluda pensando que com a cara cheia de drogas e escutando uma música
inaudível você vai catar uma beldade de mulher. Astro que
é astro traça qualquer porcaria. O Ozzy já comeu
morcegos, o Mick Jagger engravida qualquer besta quadrada que estiver dando
sopa e qualquer negocinho agrada o Michael Jackson. Love is strange, baby.
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Atitude é tudo para o caminho do Rock and Roll. Não
adianta mais vestir uma camisa preta, pendurar um bambolê no nariz,
fazer uma tatuagem infernal e achar que rebeldia é não pentear
o cabelo ou tomar banho.
Atitude
é um estado de espírito que cresce junto com sua conta bancária
e precisa de 1250 toalhas pretas a cada show.
Lembre-se
que criar uma banda chamada Membrana Mucosa, ter um membro cortado de
forma virtuosa e quebrar o nariz de um músico todo prosa são
atitudes glamourosas. Mas não é de bom tom você falar
que o crime não compensa, ser visita e pedir licença ou
chorar desculpas para o Los Hermanos na imprensa. Born
to be Wild! |
Não se preocupe muito com as bandas que você
vai falar que gosta e sim com as que você supostamente odeia. Se você
gosta de uma banda arrume pelo menos umas três para falar mal.
As
bandas odiadas são aquelas que você deve prestar mais atenção
de forma a criticar todos os seus atos, conhecer os sucessos para afirmar
que são plágios ridículos e freqüentar os shows
para tacar uma lata de cerveja na cabeça do guitarrista.
Essa é
a maneira mais segura de tirar onda e conseguir uma metaleira gostosa
em algum show de rock pela paz. Let It be!
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Quem tem
banda é baixista ou quem toca guitarra base. Vocalista ou guitarrista
solo tem seguidores. Um baxista é uma espécie de Barrichello
do show bizz: nínguem sabe extamente o que eles fazem e muito menos
se importam em descobrir.
Pense bem.
Uma mulher nunca larga o namorado para ficar com o baxista de uma banda.
Na verdade, ninguém nunca fala publicamente que é um baxista.
Às vezes a gente repara que estão no palco. Às vezes.
Mãmae eu tenho uma guitarra elétrica!
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Em
hipótese alguma revele para outros seres humanos que você acha
algumas músicas do Bon Jovi legais. Evite também cantar imitando
o Paulo Ricardo porque isso definitivamente não é sexy e a
Luciana Vendramini dificilmente cairá no mesmo truque duas vezes.
Esconda
qualquer traço de sua personalidade que não seja coerente
com o espírito Rock and Roll no fundo do armário, juntamente
com todas aquelas roupas coloridas e camisas de botão.
Não
deixe que nada do seu passado deponha contra sua atitude de crítica
à sociedade e todas as regras impostas que afetam a sua individualidade.
Mas antes
vai arrumar seu quarto para não ficar de castigo sem ver televisão.
Walk this way! |
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