
O
Brasil inteiro ficou maravilhado com a história de bastidores da
conquista do tetracampeonato mundial. Emoção, alegria e
amizade foram ingredientes fundamentais para escrever o nome daqueles
jogadores na história do futebol nacional.
Mas
o que aconteceu quatro anos depois? Qual é a história secreta
do Brasil naquela final pedida para a França? E, principalmente,
onde foi parar aquela muamba toda trazida da terra de Zidane?
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Sangue, suor e torresminho
Disciplina, treino e muita união são fatores
necessários para que uma seleção conquiste a Copa do
Mundo. Mas como estamos falando do escrete canarinho, não podemos
esquecer de outros dois elementos cruciais: samba e feijoada.
Tem
gente que não acredita, mas a verdade é que se não
tiver um paio, uma lingüicinha e uma generosa porção
daquele feijão amigo, o time não anda.
Batendo um
prato de feijoada todo dia, a equipe desenvolve um espírito coletivo (é preciso uma grande dose de trabalho em conjunto para
realizar um bom revezamento no banheiro) e ganha força para superar
os adversários.
O samba serve
para fazer a digestão e encher o saco do Galvão Bueno, que
sempre se hospeda no mesmo hotel da seleção.
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"Petit-pois"
é ervilha!
Logo na chegada ao país do futebol com cheiro queijo, a cozinheira
oficial da seleção desapareceu juntamente com as malas que
traziam os ingredientes da feijoada. Até
hoje não sabemos se tudo foi realmente um acidente ou algum plano
muito bem tramado de sabotagem. O fato é que, por falta de substituto,
colocaram o César Sampaio pilotando o fogão e lavando as
cuecas da comissão técnica (para alguma coisa ele tinha
de servir, não é mesmo?).
Tentaram
improvisar uma feijoada com carne de cavalo e "petit-pois".
Obviamente não prestou. O resultado foi aquele time mole e de aspecto
pastoso que entrou em campo na final e a conclusão de que o César
Sampaio não servia para nada mesmo. |
Sempre
pode piorar
Sem
feijoada também não havia disposição para o
samba. A concentração
tornou-se triste e melancólica, afetando o desempenho de todos os
jogadores nos treinos. Preocupado,
Romário começou a usar seus talentos e levar o pessoal para
as noitadas francesas. Quando o ambiente já mostrava sinais de
melhora veio a bomba: o baixinho fora cortado do time.
Lembrando
que, nessa época, o imperador do Viajandão era menos careca
e ainda batia uma bola redonda. Também traçava tudo que
via pela frente, fosse loira, morena, ruiva ou japonesa. Bem diferente
de hoje, onde Romário se encontra domesticado e serve apenas de
macho reprodutor.
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Fundo do poço
Aquela alegria
no vestiário que transbordava para o campo na Copa de 94 não
se repetiu em 98. O ambiente estava carregado, a tensão era tão
presente que podia ser cortada com uma faca e os sinais do fracasso surgiam
de todos os lados, assim como os clichês ridículos neste parágrafo.
Sem
a cozinheira (que costumava acumular outras funções) e o
Romário para indicar as melhores noitadas, os jogadores ficaram
sem opções de diversão. Os únicos momentos
de descontração eram as briguinhas de toalha molhada no
vestiário e as massagens com óleo de amêndoas feitas
pelo Tião Parrudo, o massagista da seleção.
Realmente
não havia condições de trazer a taça. Afinal,
como todo o mundo do futebol sabe, se climinha gay ganhasse jogo o campeonato
gaúcho terminaria empatado (com todos os times bem juntinhos).
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Seja
útil ao menos uma vez na vida
Outro
problema sem solução era a presença de Zico na comissão
técnica.
Acontece que o Galinho de Quintino é também um tremendo azarado
em Copas do Mundo. Basta lembrar de 86, quando ele perdeu um pênalti
e a Argentina (logo quem!) sagrou-se campeã. Contra
esse tremendo pé frio não havia mandinga do Zagallo que
funcionasse. Bem que o ancião tentou fazer aquelas combinações
com o número treze, mas a numerologia se mostrou ineficaz para
tirar encosto de quem jogou pedra na cruz e chutou bola na trave. Até
porque “Zico tem pé frio” tem treze letras.
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Tremendo
de emoção
Carne
de cavalo não é para qualquer um. Com "petit-pois"
então fica pior do que sushi de fígado. Ronaldinho não
agüentou e, horas antes do jogo final, teve um verdadeiro fenômeno
estomacal epilético. Aparentemente
recuperado, pediu para jogar. Zagallo ficou apertadinho dentro das fraldas
geriátricas e não teve coragem de barrar o craque.
O
atacante não tinha condições para entrar em campo.
Estava fraco, com a pele amarelada e arrotando aquela ervilha de nome
esquisito. Aliás, o coitado nem podia ver a cara do Petit sem ter
dor de barriga. Quando o meio-campo da França fez o terceiro gol,
Ronaldinho já estava com a vista turva por causa das dores do parto.
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O
resto é história
A
França foi campeã em um jogo onde a única alegria brasileira
foi ver o Edmundo quase arrumando porrada. Voltamos para casa de cabeça
baixa e orgulho ferido para, quatro anos depois, deixar o Zico bem longe
e levantar a taça. Ronaldinho
tornou-se herói, exemplo de superação humana sobre
as dificuldades da vida e exímio comedor de modelos (além
de provável corno também, mas essa parte a gente não
comenta).
Na flor do
seu segundo século de vida, Zagallo está de novo na seleção
como auxiliar técnico do Pareira e consultor para assuntos de ordem
mística e/ou numerológica. Ele joga búzios, traz
a pessoa amada em três dias e jura que não está gagá.
Até porque "Zagallo senil" só tem doze letras.
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