 
O
Espírito Olímpico é muito parecido com seu primo
rico e de periodicidade anual (o Espírito Natalino), sendo que
ambos são mais ou menos como aquela piada do caminhão de
sorvete:
-
Onde? Cadê o caminhão de sorvete?
- Derreteu, seu mané!
Pois
é. A televisão fica enchendo o seu saco com baboseiras até
que você realmente começa a acreditar. Torce, vibra e, claro,
se decepciona ao cair na real e perceber que a mulambada brasileira faz
muito feio no quadro de medalhas e que Papai Noel era, na verdade, seu
pai bêbado como um gambá dentro daquela fantasia vermelha.
Agora
basta! Leia abaixo e descubra o que é o real Espírito Olímpico. |
Você jura para sua esposa que não vai ficar
acordado até tarde desta vez:
-
Foda-se que só falta mais uma luta para aquele judoca garantir
a medalha de prata. Amanhã eu tenho que trabalhar e ficar vendo
dois homens se agarrando não me ajuda em nada.
- É a Edinanci que vai lutar. Ela é mulher, amor.
Mas no fim
você cai naquela ladainha patriota sobre o Brasil de quimono, fazendo
valer nosso povo que não foge à luta e ostenta o lábaro
estrelado. Caem você e a Edinanci. Sem medalha e cheio de olheiras
no dia seguinte, chega a hora de jurar novamente sobre dormir cedo.
E
foda-se se aquele cavalo com nome francês estiver a apenas um salto
da medalha de ouro.
|
Um povo unido torcendo pelo sucesso de seus atletas. Incentivando seus compatriotas
geneticamente talhados e intensamente treinados para representar o melhor,
a elite de uma nação. Bonito,
não é mesmo? E seria verdade se você fosse um legítimo
cidadão do país Nike. Ou da República Federativa
Adidas, do Reino Mizuno... E por aí vai.
Não
se iluda achando que aquele mulambo tupiniquim está correndo tão
rápido porque pensa em você torcendo no sofá. No máximo
o desgraçado imagina o roteiro do comercial que vai gravar se ganhar
uma medalha e, principalmente, calcula o tempo de viagem do alojamento
brasileiro até o quarto da equipe de nado sincronizado sueca.
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O
Galvão Bueno está feliz da vida. As olimpíadas se aproximam
e, enquanto existir um brasileiro esbaforido em Atenas, o locutor mais amado
do Brasil dominará a programação televisiva desfilando
seu profundo conhecimento sobre todos os esportes e suas metáforas
sem pé nem cabeça.
Tal
qual um Faustão esportivo, Galvão elogia todo e qualquer
atleta brasileiro sem distinção de raça, credo ou
colocação na prova final.
No mundo povoado por
RRRRRRRRRRonaldinhos, todos os ouvidos são penicos e nossos atletas
têm esperanças até com a perna quebrada. |
Vai dizer
que você não fica imaginando aquelas mulheres do nado sincronizado
fazendo posições de cabeça para baixo na sua cama?
Você nunca tomou
um banho demorado imaginando as meninas do salto com vara realizando um
salto em vara?
Negue, se puder, o
fato de que você sempre se pergunta sobre a possibilidade de uma
modalidade sem roupas para as provas de salto ornamental feminino.
Assista às
lindas ginastas fazendo piruetas inacreditáveis enquanto nós
fingimos que não sabemos sobre seu fetiche envolvendo anãs
halterofilistas suadas e cobertas de pó branco.
Vibre
com a virilidade dos enormes atletas de luta greco-romana se agarrando
e... Não, pensando bem é melhor deixar quieto.
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Duvida?
No dia de abertura dos jogos até que o pessoal leva a sério,
mas não dura muito tempo. Logo a vila olímpica vira micareta
e todo mundo vive de porre misturando cachaça com Gatorade.
Na segunda semana
toda a equipe de nado sincronizado sueca, mais do que curiosa, realiza
uma excursão de reconhecimento ao alojamento das delegações
africanas num ritual que já se tornou hábito. É uma
espécie muito popular de safári com fita métrica.
No
último dia até o Kajuru, que é gordinho, baixinho,
pentelho, comedor de putas e constantemente desempregado, consegue se
arrumar sem ter que abrir a carteira.
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