Recentemente
o IBGE fez um levantamento a pedido do Governo Federal sobre os cem brasileiros
mais bem sucedidos no país. A idéia geral é construir
com os dados da pesquisa um modelo didático para valorizar a estima,
o desenvolvimento e empreendorismo em crianças a partir do ensino
básico.
A lista,
composta basicamente de empresários e artistas, apresenta um fator
comum: 67% dos mais ricos e bem-sucedidos brasileiros nunca completaram
seus estudos. Muitos não possuem o ensino médio ou concluíram
o básico.
Para
uma visão mais completa, foi solicitado também ao IBGE o
perfil clássico do desempregado no país. Os resultados certamente surpreendem quem sempre acreditou
que são os sem escolaridade que aumentam o filão do desemprego: 87% deles são filhos da classe média,
de nível superior completo e domínio de pelo menos uma língua
estrangeira.
O projeto
de construir esse modelo didático, se baseia no
conceito de que cada povo, país e cultura são únicos
e devem encontrar em suas próprias características seus
caminhos para o sucesso. Como explica Adamastor Mendes, coordenador do
projeto "Um Brasil de imbecis ricos":
"Assim
como regionalmente cada estado tem a sua vocação, como a
de negócios em São Paulo e agricultura e turismo no Nordeste,
podemos pensar de forma mais ampla. Já possuímos um bom
panorama das ocupações básicas dos profissionais
de sucesso no Brasil: artistas bonitos e empresários sem formação.
É nisso que temos concentrar nossas forças."
O fator classe-média
A
classe-média foi vista durante os anos como retrato do país.
Composta basicamente de militares, funcionários públicos
e funcionários da iniciativa privada que compõem o meio
da pirâmide hierárquica das empresas, eles não chegam
a sustentar o país com seus impostos. Possuem geralmente dois filhos,
empregam 1,2 funcionários em média, movimentando 34% do
comercio nacional e apenas 9% das indústrias. Compram
carros populares, DVDs, ficam mais tempo na internet do que deveriam
e seu sonho máximo de consumo é uma casa de praia meia boca.
Essas pessoas
acabam sendo o "x" de todo o problema. Com sonhos medianos e
vida medíocre transformam o Brasil em um país estagnado,
uma nação sem grandes anseios e tão ordinária
quanto eles próprios.
Todos
conhecem as velhas máximas "Um grande país é
formado por grandes homens" e "Por trás de um grande
homem, existe uma grande mulher". Mas como poderemos crescer se somos apenas
medianos?
Essa será
a primeira grande tarefa do projeto "Um Brasil de imbecis ricos":
eliminar de qualquer forma e a qualquer custo a classe média.
"Se
essas pessoas não estão fazendo nada pelo país, elas
são o problema. Acredito que hoje essa classe de regulares é
um câncer para a sociedade." - Reafirma Adamastor
Mendes
O retrato da obviedade
Renato
Barbosa tem 23 anos de idade, é formado em Publicidade e Propaganda
pela UERJ, possui diplomas de inglês e espanhol pelo CCAA, além
de ter feito cursos de especialização na ESPM, instituição
altamente respeitada no mercado. Hoje ele é empregado de uma agência
de publicidade, ganha R$850 por mês. Gasta quase 20% do salário
jogando na Megasena. Sua namorada, Fernanda Pires de, 21 anos,
é advogada formada pela Cândido Mendes. Desempregada, passa
o tempo estudando para concursos públicos e fazendo trabalhos sob
encomenda para universitários preguiçosos.
Renato e
Fernanda são bons exemplos como o câncer classe-média
se forma. Muito em breve, esses dois vão se casar, ter filhos,
sonhar com uma casa meia boca na praia e reclamar do Governo. Vão acompanhar religiosamente as novelas e chorar quando algum time do Rio for
rebaixado para a segunda divisão. Fora isso, não vão
acrescentar em nada para o desenvolvimento nacional.
Felizmente,
depois de ser procurado pela nossa reportagem, Barbosa já começa
a enxergar o problema.
"Eu
sei que não sou o melhor dos brasileiros, mas também não
sou o pior. Na verdade, agora eu vejo que esse é exatamente o problema.
Estou pensando em largar o emprego e pegar o dinheiro que eu estava economizando
para o casamento e abrir uma fábrica de cortadores de unha. Acho
que é uma boa tentativa. Meu pai sempre falou para mim que as pessoas
podem morar debaixo de pontes, se alimentar mal ou andar descalças,
mas se não forem cobradoras de ônibus terão que cortar
as unhas!".
Se a iniciativa
de Renato dará certo ou não, ninguém pode dizer.
Mas é exatamente disso que o país precisa hoje: imbecis
que se jogam em empreitadas loucas.
Campanha
alertará a classe média
Mas
e os milhares "Renatos Barbosas" que existem pelo país?
Como alertá-los desse problema? A idéia do coordenador do
projeto "Um Brasil de imbecis ricos" é a campanha "O
melhor do Brasil é o imbecil!". Desenvolvida pela agência
de publicidade Br², a campanha será veiculada em jornais como
"O Globo" no Rio de Janeiro e o "O Estado de São
Paulo" em São Paulo, revistas como "Isto é"
e "Veja", no horário das novelas na Rede Globo e de filmes
nas diversas emissoras, além do grande foco de medianos brasileiros:
a internet.
Para tanto,
banners foram confeccionados utilizando os maiores ícones imbecis
do país como Silvio Santos (que iniciou carreira de camelô
sem estudo e tornou-se um grande empresário), o Vice-Presidente
(que estudou até a quinta série) e Machado de Assis (que
era pobre, gago, epiléptico, órfão, nunca teve curso
superior e se tornou um dos maiores escritores da língua portuguesa).
Na
visão de Adamastor isso não é suficiente. Provavelmente
todo o esforço não trará qualquer resultado. A classe
média não é burra o suficiente para enxergar-se como
o problema e nem inteligente o necessário para resolvê-lo.
Teste
Está
curioso para saber se você é ou não um problema? Teste
suas capacidades intelectuais na nossa cruzadinha. Ela foi elaborada com
assuntos variados e de nível médio.
De
0-2 Acertos: Você tem potencial de ficar rico.
De 3-8 Acertos: Será mais um desempregado.
De 9-10 Acertos: Se mata.
INSTRUÇÕES:
1
- Clique no botão acima
2 - Clique em um quadrado qualquer no início da
palavra e comece a jogar
3 - Quando não souber uma resposta, aperte "solve"
para vê-la
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