30.04.04
Velhos, pombos e maconheirosImagine que você trabalhou a vida inteira, suou o seu rabo 8 horas por dia, agüentou as mais variadas situações, os piores tipos de desaforos e enfrentou os piores problemas. Fez isso tudo e conseguiu até acumular uma certa riqueza, um bom acervo de discos, livros e filmes. Essas coisas são parte do seu mundo, são partes de você. E a única certeza que você pode ter na vida é: Seus filhos e netos não esperam a hora de você morrer para se livrar de todas essas bugigangas.
É foda. O tempo passa e o mundo nunca vai ser mais o mesmo, sabe por quê? Porque uns estão velhos demais e outros estão jovens demais. E do jeito que a coisa toda está indo, meu amigo, isso tudo vai para o buraco. Tente entender o meu ponto de vista: Na juventude você só pensa em uma coisa, fazer merda. O lance todo é viver 10 anos à 100 por hora. É quebrar barreiras, é abalar as estruturas, transformar o mundo em um lugar melhor e fuder pra caralho nesse meio tempo. A única trava que o jovem tem são seus pais e responsáveis. Pessoas que foram jovens em outra época, que quebraram outras barreiras, que juraram não serem caretas como o pai delas foram e essa babaquice toda.
Mas aonde eu quero chegar com essa estória toda? Bem, quero mostrar para você que o limite sempre anda um pouco para frente e qualquer dia essa merda estoura. Tinha uma época que a barreira foi quebrada quando os jovens começaram a fumar. Uma ou duas gerações e eles já estavam fumando e bebendo. Mais algumas gerações e os putos já estavam fumando, bebendo, fudendo que nem coelhos e usando algumas drogas. Na minha geração já encontramos alguns que usam drogas de maneira bem aberta. Fumam maconha em casa enquanto assistem Zorra Total com a família na sala. Eu tenho um amigo que possuí uma mãe velhinha e superprotetora que vai à boca de fumo comprar maconha pro filho. Ela tem medo que o “garoto” se meta com más companhias. E o filho da puta tem 25 anos.
Que tipo de barreira os filhos desse maluco vão quebrar? “Papai não me deixa vender crack para os meus amigos aqui em casa, mas eu vou vender mesmo assim!”. “Eu tô puta com a mamãe! Ela não me deixa fazer uma suruba lá em casa. Coisa tão normal, todo mundo faz”. Tenho certeza que a novela das sete daqui a uns 10 anos vai colocar qualquer filme da Penthouse na seção humor. E nem imagino os filmes da Penthouse na próxima década.
Agora, vocês acham que os velhinhos vão deixar o mundo de merda que eles construíram com tanto suor e sacrifício assim, de mão beijada? Claro que não. Eu tenho pensado muito nisso depois que Roberto Marinho - que ele o tenha - morreu. Tudo começou quando vi aqueles bichos escrotos que ele tinha no jardim do barraco onde morava. Então minha mente começou a trabalhar: Por que velho se amarra tanto em bichos escrotos como melros, flamingos ou pombos?
E aí está a resposta de tudo. Você já percebeu que o Brasil está se tornando um país velho? Nossa população está envelhecendo e uma das maiores pragas da humanidade está aumentando. E eu não estou falando do Sérgio Cabral – o pedófilo ao contrário. Estou falando de pombos. Velho se amarra em dar comida para pombo, esses ratos voadores que cagam ácido na sua cabeça todos os dias. Essa é a vingança final, a arma mais letal jamais criada pelo homem.
É isso aí, o mundo está literalmente indo para a merda. Uma merda ácida e fedida e não podemos fazer nada para evitar. Nem um batalhão de Dóris poderia conter o exercito de velhacos jogadores de damas que ficam alimentando esses diabos voadores. Nem se jogássemos uma bomba atômica em São Lourenço e explodíssemos cada metro quadrado de Copacabana, mandando todos os velhos, viados e putas para o ar, poderemos adiar o dia do juízo final. Os pombos são os exterminadores do futuro e nós todos vamos morrer.
E a culpa disso tudo é sua, maconheiro com a cara cheia de piercing, filho da puta!
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