Entrevista: PEDRO BIAL
Jornalista famoso, apresentador do BBB, intelectual, poeta e garanhão. Na verdade, Pedro Bial é muito mais gente fina do que qualquer um de nós da redação do Timelei. Ele nos concedeu essa entrevista num bar localizado no Jardim Botânico. Contou sobre carreira, sucesso e barangagem. Não necessariamente nessa mesma ordem. Mas o importante é ressaltar que ele pagou toda a cerveja consumida pelos nossos intrépidos repórteres.

T!- Você então é apaixonado por uma mulher estilo "Nelson Rodrigues". Aquela dona de casa que é fogosa na cama. Tem que ter um tanto de Botero (pintor famoso por desenhar mulheres gordinhas).
Bial- É. Tem uma sensualidade nas mulheres de Botero. Nunca consegui pegar uma gordona assim. Eu era um leitor de Bukowski e adorava aquela sordidez. Esse "Fale com ela" do Almodóvar deve ser um dos três melhores filmes que eu já vi na minha vida. O Bukowski tem um conto em que o homem é reduzido ao tamanho do pau dele, então é ele que entra dentro da mulher. Nesse filme tem uma coisa semelhante, que viu vai entender.  
"Foi uma sacanagem de alguém para me fuder. Ninguém revisa isso cinco vezes e não escuta. Fazer o quê?"
(Sobre o incidente no programa "Fantástico", quando Pedro Bial chamou bailarinos de "viados")
T!- Mas, falando sério, a professora Eliane foi comida?
Bial- (risos) Não. Nem foi.


T!- É uma pergunta meio viada, mas devido ao nosso grande público feminino nós temos de fazer: Pedro Bial na cama está mais pra Fantástico ou Gente Inocente?
Bial- Está mais para Casseta e Planeta.
T!- Uma coisa que nós decidimos não perguntar é sobre gafes. Achamos que perguntar sobre isso é muita sacanagem. Mas, na sua opinião, tango é coisa de viado? Porque Ballet nós já sabemos que é...
Bial- (risos) As coisas mais sublimes da humanidade são coisas de viado. Michelangelo era viado. Leonardo Da Vinci era viado.

Mas essa foi uma daquelas histórias terríveis de televisão porque foi uma sacanagem. Aquilo não foi ao vivo, era gravado. Era aquela conversa que fica na mesa de edição, aquela brincadeira toda e sempre falo absurdos nessas horas. Eu disse isso sacaneando a Glória Maria e ficou gravado em um "rabo de fita". Isso foi editado, mixado e passou por cinco revisões antes de ir ao ar. Foi uma sacanagem de alguém para me fuder. Ninguém revisa isso cinco vezes e não escuta. Fazer o quê? Eu vou ter que viver com isso, mas não tem problema.

T!- E teve algum tipo de movimento de algum grupo homossexual contra você? Ou até mesmo de pessoas na rua te criticando?
Bial- Ninguém te pára na rua para xingar. A pessoa tem que te odiar muito para fazer isso. As pessoas páram para elogiar. Mas apareceu um maluco falando que ia fazer um protesto. Coisa de viado (risos).

Eu falo essas coisas, mas eu tenho um monte de amigo viado. Mas tem viado no mal sentido e viado no bom sentido. Viado no mal sentido é viado que não dá o cu. O viado ideológico é brabo. O Cazuza, certa vez em um show do Barão Vermelho, falou: "Eu sou um dos últimos viados que ainda dá o cu!". Tem um monte de viado que não dá no cu. Isso é o que eu chamo de viado ideológico.

T!- Bial poeta, escritor, apresentador, jornalista, colunista, garanhão. Qual a sua próxima meta? Mágico? Domador de leões? Homem-bomba?
Bial- Garanhão é só a fama. Se bem que depois do Viagra qualquer um pode ser garanhão. Eu até faço uma brincadeira com isso. Claro, só quando eu vejo que não vai ser ofensivo, mas vem a mulher cheia de coisa para cima de mim e eu viro e falo: "Olha que eu te como, hein?". É muito engraçado porque é a última coisa que ela espera que eu diga.

A próxima faceta é autor infanto-juvenil. A Editora Objetiva pediu um livro para o público entre nove e quatorze anos de idade. Eu acho uma idade fantástica porque não é criança e nem adolescente, e está começando a perceber que venderam um peixe podre para ele. Pediram um livro sobre pai, e estou amarradão nessa idéia porque é preciso escrever de uma maneira que eles entendam, usar o vocabulário da garotada, sendo que eu fiquei órfão cedo e foi um assunto que sempre me interessou. Ainda estou construindo o livro mas está pintando uma coisa interessante, de escrever a história do pai pelos tempos, do pai tirânico ao pai democrático.

T!- Então vai ser um "Bial para baixinhos"?

Bial- Pois é. Estou tentando ser uma mistura de Xuxa com Paulo Coelho. Todos os meus problemas financeiros vão estar resolvidos! (risos)

Eu estou brincando, mas por causa do Big Brother eu virei a Xuxa da minha rua. Porque a molecada adorou o Big Brother. A garotada da minha rua que anda de skate, e que nunca me deu bola, agora é tudo meu chapa. Muito legal.




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